Nas cidades, os edifícios e as superfícies alteram significativamente as condições climáticas locais, criando um clima urbano, nem sempre desejável e saudável para os seus habitantes. Os fenómenos mais representativos destas modificações são as “ilhas de calor urbanas” caracterizadas pelo aumento da temperatura do ar do espaço urbano face à das áreas naturais circundantes. Apesar desta importante relação entre estruturas urbanas e clima urbano, a integração de critérios climáticos nas mais variadas intervenções urbanísticas não é frequente nem é de fácil operacionalização. As principais razões incluem a dificuldade de comunicação entre climatologistas e urbanistas, bem como a falta de uma ferramenta que traduza as condições climáticas numa linguagem de planeamento, de forma a apoiar os profissionais da área a encontrar opções de desenho urbano que resultem numa melhoria da qualidade do ambiente urbano, com benefícios claros para os habitantes.
O Mapeamento de Clima Urbano (MapUC), apesar de envolver metodologias complexas, tem surgido como a ferramenta capaz de traduzir as condições climáticas de uma zona urbana num conjunto de recomendações urbanísticas, podendo contribuir de forma efetiva para minimizar o stress induzido pelo calor ou frio, incrementar as condições de conforto climático e melhorar inclusive a qualidade do ar. Os MapUC devem identificar as zonas que são ventiladas, as manchas que são mais confortáveis, as áreas mais problemáticas e a forma como os edifícios podem afetar a circulação do vento na cidade. Esta ferramenta combina sinergicamente vários parâmetros climáticos (e.g. velocidades e direções de vento, radiação solar, temperatura do ar) com informações sobre o topografia da cidade, a paisagem, o edificado e outros elementos construtivos, entre outros, de modo a apresentar os fenómenos e os problemas climáticos num plano bidimensional. Além dos fatores físicos referidos, o desenvolvimento dos MApUC baseiam-se também em critérios qualitativos e subjetivos.
Embora se tenha vindo a assistir a um progresso significativo a nível do mapeamento do clima urbano em vários países, as diferentes metodologias utilizadas têm de ser melhoradas e devem ser validadas para uma diversidade mais ampla de estruturas urbanas e de condições climáticas.
As escalas do estudo climático. Os Balanços de energia nas cidades. O efeito de ilha térmica. As dinâmicas de ventilação. Os balanços térmicos do indivíduo com o espaço exterior. O conforto Térmico.
Orador: José Fariña Tojo
A forma urbana; Drenagem do ar; Uso das superfícies; Vegetação e espaços verdes; Gestão de fontes urbanas de calor; Espaços de transição; O desenho dos quarteirões; A disposição dos edifícios; Efeitos de microclima; Relação com os planos de ordenamento e com a legislação urbanística.
Orador: Miguel Ángel Gálvez / Victoria Fernández Añez
Instrumentação e sistemas de aquisição de dados; Aspectos a considerar na selecção dos locais para a instalação dos sensores; Manutenção dos instrumentos meteorológicos; Breve Caracterização do Clima Local - Bragança.
Orador: António Castro Ribeiro
Definição do Contexto Espacial de Análise; Interpretação da influência dos elementos topográficos; Influência das estruturas urbanas e dos usos do solo; Definição de Zonas Climáticas Locais; Mapeamento de Climatopos; Definição de Estratégias de Intervenção Urbana.
Orador: Artur Gonçalves
Visita aos locais de monitorização
Acompanhantes:
O módulo A terá uma duração total de 10H presenciais, 4H on-line e 4H de visita de estudo.