Módulo E

Oportunidades Para A Inovação No Setor Da Construção Sustentável

A aplicação dos princípios da construção sustentável tem maior valência quando ponderados e selecionados em fase de conceção (projeto). É possível elaborar projetos de edifícios que atendam especificamente a certas regras, como as da norma PassivHaus. Esta norma estabelece níveis energéticos e especifica que os edifícios devem ter características de elevado nível de isolamento térmico, mantendo um baixo custo com energia e um nível de qualidade adequado. As matérias de índole térmica têm tido maior reconhecimento técnico ao nível da certificação energética de edifícios, temáticas que são impostas obrigatoriamente.

No entanto, existem metodologias e sistemas que permitem ser mais específicos e outros mais alargados em relação às matérias que atendem à sustentabilidade, apoiando na avaliação da sustentabilidade dos edifícios. São exemplo desses a ACV (Análise Ciclo de Vida) para produtos e edifícios, DAP (Declaração Ambiental de Produto), guias ambientais ou listas de verificação para projeto e gestão de edifícios, avaliação ambiental integrada. Os sistemas de avaliação integrados contêm parâmetros abrangidos pela ACV, guias ambientais, entre outros, sendo um caminho para apoio da avaliação e certificação da sustentabilidade dos edifícios. Além destes parâmetros são também englobados outras temáticas relacionadas com a gestão da água, os materiais com baixe impacte ambiental, produção de energia elétrica, eficiência energética, implementação de soluções bioclimáticas, entre outras, abrangendo as três dimensões da sustentabilidade.

Têm vindo a ser desenvolvidos diversos métodos de avaliação da sustentabilidade de edifícios, tais como Breeam, Leed, HQE, SbTool. Em Portugal existem os métodos LiderA, SbToolPT e Domus Natura. Todos os métodos têm alguns parâmetros semelhantes entre si, mas variando os modos de pontuação, os critérios e a terminologia de certificação. O reconhecimento da aplicação dessas medidas com a certificação visa a obtenção de benefícios de diversa ordem em fase de utilização/exploração. A avaliação da sustentabilidade não é imposição legal em Portugal, sendo voluntária e até em muitos casos utilizada como requisito de marketing, mas quando vigente traz benefícios de diversa ordem, sendo portanto uma oportunidade aproveitar a construção nova e a reabilitação de edifícios com práticas diferentes das convencionais, promovendo o desenvolvimento do setor da construção.